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Como um pedaço de terra virgem
Poemas e voz Virgínia Dias
Prefácio José Mário Branco
Outros textos Marta Ramos, Oriana Alves
Recolha de poemas Marta Ramos, Paulo Lima
Fotografias António Cunha, Luís Ferreira Alves
Revisão Dulce Pascoal, Mário Fernandes, Oriana Alves
Grafismo Pedro Serpa
Idioma português
Editora Boca
Edição Novembro 2019 (1.ª)
Colecção Poesia, 7
ISBN 978-989-8421-41-8
DL 463814/19
Livro + CD
224 p. + 33 faixas (64m.)
«Virgínia Dias (Peroguarda, 1935) começou a fazer poemas antes de saber escrever. Inspirava-se nos poetas populares, nos contos da avó, nas peças de teatro que via ao seu colo e que imitava às escondidas no dia seguinte. Inspirou-se sobretudo na injustiça, o grande mote da sua poesia. Na violência da professora da primária, a quem dedicou as primeiras quadras escritas na lousa da escola, na fome e no frio das crianças, no inferno da ceifa e do suão, na humilhação do manajeiro, no salário de miséria, na escola interrompida aos 11 anos para trabalhar no campo, esse campo que é ao mesmo tempo a sua prisão e a sua paixão.
Aos 40 anos o marido descobriu-lhe poemas guardados em gavetas. Tinha vergonha de ser poeta sem métrica. Ocasionalmente, participou em concursos nos quais arrebatou prémios e menções honrosas. Pierre-Marie Goulet filmou-a cantando e dizendo poemas seus na triologia iniciada com o filme Polifonias. A sua poesia, essencialmente oral, foi sendo publicada e recolhida, primeiro por Paulo Lima, depois por Marta Ramos. Passados mais 40 anos, está finalmente reunida nesta antologia quase completa, à qual se junta um CD de poemas ditos entre canções e histórias da vida, com vista sobre a planície e todo o universo que dali se vislumbra.»
[Oriana Alves, da Badana]